domingo, 21 de novembro de 2010

Soneto de Vontade

Segue este soneto com misto de sensações que me ocorreram por estes tempos, não consegui externa-las de outra forma, mas quando achei entre uns papeis o "Soneto de Separação" do grande Vinícius de Moraes, a inspiração pousou em mim para não arrevoar mais. Não que esteja me comparando a ele, não estou. Mas sentimento vale seja soneto, música ou flor.


Soneto de Vontade


Nunca havia sido tão intensa e impetuosa, a vontade

Depois de ti, o vício transmutou-se em apatia

O prazer esvaía-se, essa torpe vontade, já não existia

A não ser, por tua presença indubitavelmente prazerosa.


Estar contigo, era um momento alegre, pleno, e

Desejava que não parecesse tão efêmero, seguia querendo

Mais do teu doce riso, mais da tua ferocidade dócil

Das tuas idiossincrasias, lindas, mas as vezes quase ignóbeis.


E quando veio a distancia, da tua parte para a minha

A vontade não era extinta, se eternizava, etérea

Como pintura em tela, com sentimento, pincel, e tinta.


Antes que percebesse, fugiu de mim tal sentimento, veio a solitude

Porque a distância é difícil para os amantes na juventude

Antes, traduzia-se em vontade, agora, em saudade.

Dã Alves Bronzeado

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