Segue este soneto com misto de sensações que me ocorreram por estes tempos, não consegui externa-las de outra forma, mas quando achei entre uns papeis o "Soneto de Separação" do grande Vinícius de Moraes, a inspiração pousou em mim para não arrevoar mais. Não que esteja me comparando a ele, não estou. Mas sentimento vale seja soneto, música ou flor.
Soneto de Vontade
Nunca havia sido tão intensa e impetuosa, a vontade
Depois de ti, o vício transmutou-se em apatia
O prazer esvaía-se, essa torpe vontade, já não existia
A não ser, por tua presença indubitavelmente prazerosa.
Estar contigo, era um momento alegre, pleno, e
Desejava que não parecesse tão efêmero, seguia querendo
Mais do teu doce riso, mais da tua ferocidade dócil
Das tuas idiossincrasias, lindas, mas as vezes quase ignóbeis.
E quando veio a distancia, da tua parte para a minha
A vontade não era extinta, se eternizava, etérea
Como pintura em tela, com sentimento, pincel, e tinta.
Antes que percebesse, fugiu de mim tal sentimento, veio a solitude
Porque a distância é difícil para os amantes na juventude
Antes, traduzia-se em vontade, agora, em saudade.
Dã Alves Bronzeado
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