sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Há.



Ele saiu do banheiro enxugando os cabelos, jogou a toalha na cadeira perto da escrivaninha e pulou do lado esquerdo da cama. Pensou um pouco sobre tudo olhando para o teto, pôs os óculos, pegou o romance que estava sobre a mesa de cabeceira, e continuou a ler. Havia parado na página 92, em que o personagem principal do livro expunha suas concordâncias sobre a não existência de um sentimento maior que une duas pessoas em uma só. Ele parou de ler, e sorriu um sorriso latino, aquilo não se encaixava ali.

Fechou o livro, e viu, quando só agora ela saia do banheiro, também enxugando os cabelos. Ela jogou a toalha na mesma cadeira em que pousada estava a outra toalha, e as duas caíram no chão. Ela percebeu o sorriso dele, e surgiu em seu rosto um, que iluminou até as mais veladas brechas daquele quarto. Ela se aproximou da cama, ele tirou os óculos e os jogou no chão junto ao livro, era intenso, ela felinamente saltou em direção a ele em uma afinação que só os dois conheciam, e houve.

Ele abriu os olhos, estava do lado direito da cama. Olhou para o lado, ela não estava lá. Olhou para dentro, ele quase não estava lá. Tentou sorrir, a esperança estava lá.



Estou sempre tentando.


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